terça-feira, 22 de junho de 2010

Globo e Sílvio de Abreu geram controvérsias em torno da profissão de Relações Públicas

No último dia 16, a Rede Globo levou ao ar uma cena da novela Passione, que deu o que falar entre todos os meus colegas Relações Públicas. Na trama, Saulo personagem de Werner Shunermann, durante o diálogo com Fred, personagem de Reynaldo Gianechini, oferece ao galã e vilão o cargo de Relações Públicas. O mais intrigante, e foi o que gerou polêmica principalmente no twitter, foi banalização evidente exposta da profissão durante a cena exibida. Durante o diálogo, Saulo e Fred discutem qual seria o melhor cargo para Fred na metalúrgica, e foi denominado que seria o cargo de Relações Públicas. Segundo Saulo, esse seria o melhor cargo para Fred pois o galã não entende nada de metalúrgica, mas poderia ter uma colocação na empresa, já que o personagem tem boa aparência, é articulado e persuasivo, o que seria o suficiente para o autor da novela, Silvio de Abreu definir que Fred poderia ser o Relações Públicas da empresa.
Evidentemente que não somente eu, mas todos os profissionais de Relações Públicas sentiram-se ofendidos. Também pudera, não é pra menos. Passamos anos estudando e tentando explanar aos leigos o que é ser um Relações Públicas, e após sermos diplomados é necessário ter um número de registro no conselho regional de Relações Públicas, para podermos exercer a profissão legalmente. Considerei total falta de respeito o modo que a profissão foi exposta na trama, afinal de contas, ficou claro que Saulo não tendo nenhum cargo disponível para Fred, naquele momento “descolou” o cargo de Relações Públicas, tratando como se fosse um cargo qualquer não exigindo grandes aptidões, como se não houvesse nenhuma responsabilidade sobre esse cargo.
Silvio de Abreu não deve ter se dado conta ou não se informou que para atuar como Relações Públicas é exigido no mínimo, ter formação superior. Isso foi exposto em rede nacional em horário nobre, suficiente para que a Globo e autor pudessem abordar a profissão de forma banal.
Certa vez quase discuti com uma amiga que mora em São Paulo, após receber um email dela querendo saber o piso salarial da categoria, pois ela faria entrevista de emprego para uma vaga de Relações Públicas. A primeira pergunta que fiz a ela foi se ela tinha formação nessa área e mais ainda, se ela possuía um número de registro que permitiria exercer a profissão. Deixei bem claro a ela, que esse tipo de pergunta havia me causado uma certa irritação, visto que dediquei alguns anos da minha vida na universidade, fazendo alguns sacrifícios para poder me formar. Acrescentei inclusive que era uma pena eu não saber para qual empresa seria a entrevista que ela faria, pois adoraria denunciá-la ao conselho regional. Chega de banalizarem nossa profissão, cansei de ver vagas em cadernos de emprego onde solicitam Relações Públicas com segundo grau completo.
No dia 19/06 após receber reclamações pedindo uma atitude, o Conselho Regional de Relações Públicas do Rio de Janeiro entrou em ação e enviou uma carta à emissora, reclamando que foi nítida a impressão de nomear o vilão como Relações Públicas em decorrência da sua boa aparência e boa fluência verbal, uma vez que o personagem não possui curso superior. Obviamente que Silvio de Abreu ficou a par da polêmica gerada em torno dessa questão, e afirmou em carta ao conselho que Fred vai ter outra função na empresa.
Entendemos que novela não passa de ficção, mas atitudes como acabam denegrindo a imagem da profissão, e entendemos principalmente que quanto mais a profissão for abordada de modo banalizado como foi abordado nesta novela, maior será a luta dos profissionais para garantir o devido reconhecimento e competência da profissão no mercado de trabalho. Somos antes tudo profissionais de comunicação social. E não desanimemos colegas Relações Públicas! Vamos continuar denunciando ao conselho quaisquer atitudes que venham a estimular a banalização em torno de nossa profissão!

Link da cena:
http://passione.globo.com/videos/v/saulo-fica-desconfiado-com-o-interesse-de-fred-na-metalurgica/1285036/#/cap

Repercussão da abordagem dada à profissão Relações Públicas
http://www.abril.com.br/blog/passione-novela/2010/06/21/apos-reclamacao-do-conselho-de-relacoes-publicas-silvio-de-abreu-esclarece-que-fred-nao-sera-rp/

domingo, 13 de junho de 2010

Você já foi hostilizado por ter formação superior?

Olá caros leitores, mais uma vez , fiquei um bom tempo sem escrever no meu querido diário, mas aqui está a Marilyn de volta.
O fato que me fez vir correndo escrever aqui, foi a pergunta: você já foi hostilizado por ter formação superior? Não? Mas eu sim! Então vim até aqui escrever pra ver se minha indignação diminui.
Bem, todos sabemos que na vida não existem garantias de nada, portanto, ter formação superior não significa que você vai conseguir um bom emprego. E aqui permaneço eu sem emprego, mas nunca desistindo de encontrar um. Há um mês atrás uma colega minha de faculdade apresentou a seguinte frase no seu subnick no MSN: preciso de teleoperadores. Eu fiquei curiosa e perguntei a ela do que se tratava, ela me explicou que era sobre a vaga num call center onde ela estava gerenciando, a carga horária de trabalho era de 6 horas diárias, obviamente que o salário não era o melhor do mundo, mesmo assim resolvi tentar, o que eu poderia perder? Trabalharia 6 horas diárias e o restante do dia, eu permaneceria procurando um trabalho melhor, pois admito: não era meu sonho de consumo trabalhar por muito tempo em um call center, mas como a minha amiga mesma disse: tenta, até conseguires algo melhor. Topei o desafio, e no outro dia fui conhecer a empresa, após a apresentação foi estabelecido que eu devesse iniciar na próxima segunda-feira.
No primeiro dia eu já havia notado o quanto era apertado o local, muita gente para pouco espaço, para sair da minha sala e ir ao banheiro, o restante da sala precisava se mobilizar para que eu pudesse sair, e até eu chegar ao banheiro, eu já havia pechado em umas vinte pessoas. Mas até então, a situação era temporária, pois estavam de mudança. Tudo bem , eu acostumo, pensei. Na segunda semana de trabalho, foi feita uma reunião, com os supervisores (um homem e uma mulher), eles agradeceram o empenho do pessoal na finalização de um processo que estava em atraso, e em seguida disseram que não iria tolerar serem retrucados, que isso era falta de respeito. Na hora não dei importância, até onde eu saiba eu não havia faltado com o respeito com meus supervisores e muito menos com meus colegas.
Na terceira semana, a supervisora entrou na sala onde eu permanecia trabalhando com minhas colegas, e me deu um esporro na frente de todos, detalhe: realmente eu não tive culpa na reclamação dela, simplesmente o sistema da empresa é lento demais. No mesmo momento eu disse a ela que não saia de casa para não concluir as vendas, e que o sistema estava muito lento e eu estava me esforçando, mas falei de modo respeitoso, inclusive expliquei a ela passo a passo o ocorrido, ela aparentemente entendeu naquele momento.
Pois bem, na saída do meu expediente, o supervisor me chamou pra conversar no corredor do prédio, pois não há espaço na sala. Ele iniciou a conversa dizendo que eu não estava em sintonia com o meu grupo, que ele não quer pessoas criando problemas, então ele estava me demitindo. E ele prosseguiu: você é soberba, você pensa que por você ter um nível cultural e social melhor que o das suas colegas, você está acima delas, aqui tem que ouvir as coisas e ficar quieto, e aqui não é lugar pra ti.
Eu perguntei a ele em que momento eu fui soberba, ele simplesmente não explicou e prosseguiu falando do meu nível cultural, então ele decide não me demitir, porém muda meu horário pro turno da tarde, onde ele seria meu supervisor. Eu aceitei, pois até então minha ficha não havia caído por completo, e eu estava um pouco sensibilizada com outros problemas.
No caminho pra casa, fiquei pensando nas coisas que ele disse, e obvio que conclui que essa conversa toda de ser soberba e ouvir e ficar quieta, foi porque eu justifiquei, e me defendi perante algo em que eu não tinha culpa. Mas fiquei pensando no porque ele tanto se referia ao meu nível cultural....obviamente que ele quis se referir ao meu nível acadêmico, e o social ele deve ter deduzido sozinho. Mas o detalhe que me intrigava: como ele soube que eu sou formada? Bem, minha amiga contou obviamente. Mas o detalhe que mais me intrigava ainda: ninguém, mas ninguém mesmo, nenhuma das minhas colegas sequer sabiam da minha formação acadêmica, eu nunca comentei com ninguém lá dentro. E porque eu iria comentar? Qual a importância que isso tinha naquela empresa?
Bem, eu não tenho culpa se a supervisora que me deu um esporro na frente das minhas colegas, não conhece bem a gramática e fala “menas” ao invés de menos, que culpa tenho eu se ela não sabe que “menas” não existe em hipótese nenhuma na gramática? E se depender de mim, vai continuar não sabendo, não sou eu quem vai contar a ela.
Na minha opinião bem sincera, nenhum dos dois tem postura e preparação para liderar, para serem chefes de alguém. A única coisa que estão preparados pelo que eu pude perceber, é para dar esporro e não ouvir os problemas que ocorrem na empresa, e também pra ter um bando de puxas sacos no pé. Gente, o chefe de vocês entra na sala beija e abraça as funcionárias, atira beijinho? Pois é, é isso que este senhor tem o péssimo hábito de fazer! Que coisa ridícula! Tem de existir uma certa postura entre chefe e funcionário, e também o respeito mútuo.
Quem afinal é este senhor pra me chamar de soberba? Ele por acaso sabe o significado dessa palavra? Ele me conhece o suficiente para concluir tal absurdo? Então, porque eu tenho formação superior, eu sou soberba? Poupe-me! Na minha opinião esse senhor, que não tem formação superior, e realmente isso não é da minha conta, teria se sentido ameaçado com a minha formação? Teria receio de perder o seu valioso cargo pra mim, que tenho nível superior? Não vejo outro motivo, pois no outro dia conversei com uma colega e contei o ocorrido. Primeiro, que ela não sabia da minha formação superior, depois que ela me garantiu que em não faltei com o respeito com ninguém lá dentro, inclusive com os supervisores. Bem, só pude deduzir isso mesmo.
Não preciso nem dizer a vocês que esse senhor ficou de olho em mim, e eu pra facilitar acabei dando mole, na última segunda-feira, cheguei atrasada 10 minutos. Bem, foi a deixa que ele esperava. Ele veio direto em mim perguntando: quero saber o motivo do atraso. E eu respondi: me atrasei, acabei perdendo o ônibus. Gente, eu nem me dei ao trabalho de inventar que a minha avó, ou algum parente meu, estava doente, porque eu nem avós tenho e é uma mentira de fato, e sou contra mentiras. Ele mais uma vez, e de maneira bem grosseira, repetiu: mas eu quero saber o motivo do atraso. E eu respondi: já disse, acabei perdendo o ônibus. E em seguida, ele já emendou dizendo que não estava dando certo, que onde se viu eu me atrasar, o resultado não estava sendo o esperado. Por incrível que pareça, eu não tive nenhum chilique, não tive vontade de justificar nada, nem de detonar esse homem dizendo tudo o que eu pensava e ainda penso ao seu respeito. Apenas disse: tudo bem. Vocês acreditam que ele começou a repetir tudo novamente? Que não estava dando certo, que o resultado não era o que ele queria e blablablabla; e eu com a maior tranquilidade disse: tudo bem, sem problemas.
O que me intriga, é que eu nunca havia chegado atrasada antes, enquanto que os meus colegas chegavam quase sempre, mas até então cada um cuida de si. Talvez o motivo de que não estivesse dando certo, é que eu ia pra lá pra tentar concluir o serviço e não ficar puxando no saco de um recalcado e ficar dando abracinho e beijinho nele. Mas fiquei sabendo no mesmo dia à tarde, foi que esse senhor entrou na empresa há dois meses atrás, exercendo a função de teleoperador como eu vinha exercendo, e que há apenas um mês atrás, havia sido promovido a supervisor, e que depois da “promoção” ele havia mudando muito o seu temperamento, havia deixado de ser humilde. Estranho mesmo, seu eu havia deduzido que ele temia que eu tomasse o seu cargo, depois de saber desse fato, eu concluo que foi isso sim, ele teve medo que eu tomasse seu cargo, já que eu tenho formação superior e sou amiga da sua chefe. Pergunto-me como pode existir gente assim, que para se manter ou subir, tem a capacidade de ficar puxando o tapete dos outros? Sei que não perdi grande coisa, mas eu poderia ter sido poupada dos absurdos que eu tive de escutar. Quer dizer que se eu fosse bem burra e ignorante, eu serviria para trabalhar com eles? Pois assim eles poderiam me pisar e me hostilizar e ainda assim eu ficaria quieta? Só pode ser. A mãe de uma amiga, ficou chocada com o meu relato, e ela acha que eu deveria processar esse senhor e essa empresa. Mas sinceramente, isso vale a pena? Vale a pena eu me desgastar com isso e protelar, ter que ver a cara desse homem mais vezes na minha frente? Não sei... mas será que assim como fez comigo, vai continuar hostilizando as outras pessoas? Realmente, não sei.